A inflação, o aumento rápido e acentuado das taxas de juro e a dificuldade crescente na gestão dos orçamentos familiares tem preocupado as famílias portuguesas nos últimos meses.
Considerando esta realidade, é natural que se questione: ”Qual o melhor banco para ter o meu Crédito Habitação?”. É legítimo que o faça se já tem um Crédito Habitação ou se pretende vir a ter.
Para quem já tem um crédito habitação, é sempre importante recordar que não está obrigado a manter o seu crédito, até ao final do prazo, no seu banco. Pelo contrário. Pode e deve procurar outras alternativas e transferir o crédito, se outro banco lhe apresentar uma proposta mais atrativa.
Para quem nunca contraiu um crédito habitação, mas pretende fazê-lo pela primeira vez, deve considerar as várias opções existentes no mercado e optar pelo banco que apresenta a melhor oferta, considerando o tipo de operação e o perfil de cliente bancário.
Estas são as questões que deve fazer para saber qual é o melhor banco para si:
1. Posso contratar os seguros em seguradora externa?
Antes de mais, precisa de saber que quando contratamos um Crédito Habitação o banco vai exigir-nos dois seguros: o seguro de vida e o seguro multirriscos (do imóvel).
Talvez ainda não se tenha questionado sobre a quantidade de dinheiro que pode poupar a curto e longo prazo, se contratar os seguros do crédito habitação fora do banco. Habitualmente, contratar os seguros por intermédio do banco, representa na grande maioria dos casos, um impacto financeiro muito negativo. Em primeiro lugar, porque os prémios cobrados pelos bancos são normalmente muito superiores aos praticados pelas seguradoras externas e, por outro lado, o nível de proteção pode ser bastante inferior.
O Seguro de Vida, em particular, é aquele que pode representar um encargo económico mais gravoso. Embora as instituições de crédito apenas obriguem, na maioria do casos, à cobertura IAD – Invalidez Abosoluta e Definitiva, o nível de proteção recomendado pelos especialistas no ramo vida é a cobertura ITP – Invalidez Total e Permanente.
Analisar este ponto, não se resume apenas a acautelar a nossa situação financeira no presente, trata-se também de prevenir imprevistos futuros que podem ter consequências graves, para nós e para as nossas famílias.
Ler mais: Para que Serve o Seguro de Vida do Crédito Habitação
2. Quanto é que vai custar o processo de crédito?
Outra informação importante que deve considerar é que qualquer banco vai cobrar-lhe comissões por gerir o seu processo e, por isso, este é outro dos fatores a ter em conta no momento de tomar uma decisão.
Algumas das comissões cobradas são a comissão de dossier, avaliação, formalização, entre outras. No entanto, os valores praticados divergem de banco para banco, pelo que deve ter essa informação em conta no momento de escolher o banco que o vai financiar.
Em processos de transferência de crédito para outro banco, muitas vezes, estes custos são suportados pelo banco para onde vai transferir o empréstimo, ficando o cliente isento total ou parcialmente do pagamento desses encargos.
Ler mais: Custos associados à Transferência do Crédito Habitação
Ler mais: As Vantagens em Transferir o Crédito Habitação
3. O banco cobra manutenção de conta e comissões de disponibilização de cartões de débito e crédito?
Esta é outra das preocupações que devemos ter, apesar de ser desconsiderada na maioria das vezes. Embora se possa traduzir num custo que podemos considerar reduzido, a verdade é que no final do ano este encargo pode ascender a algumas dezenas de euros.
Neste momento, existem vários bancos que não cobram estas taxas. No entanto, este fator por si só, não determina que esteja perante a proposta mais competitiva.
Naturalmente, há uma série de outros fatores que devemos considerar para apurar o melhor banco para contrar o nosso crédito, como:
- O spread: esta taxa é fixada pelo banco em função do risco associado à concessão do crédito. É uma taxa negociável e pode sofrer ajustes de acordo com a subscrição das vendas associadas facultativas propostas pelo banco.
- TAN: esta taxa resulta da soma do Spread + Euribor (em operações a taxa variável). A Euribor, ao contrário do Spread, não é uma taxa sujeita a negociação.
- O prazo: há bancos que voluntariamente optam por limitar os prazos para determinado tipo de operações, nomeadamente, para operações de crédito habitação. O prazo tem um enorme impacto no montante da prestação, nos juros e, sobretudo, na taxa de esforço pelo que, deverá avaliar se o prazo proposto é o mais adequado à sua situação.
- As vendas associadas facultativas: o banco pode propor a subscrição de determinado produto ou serviço como condição de bonificação do spread. Deve avaliar a pertinência na subscrição do produto/serviço. É provável que chegue à conclusão que a bonificação no spread não compense, a nível financeiro, o encargo que está a ser gerado com a subscrição de outros produtos.
- Campanhas Promocionais: Não se esqueça de ter em consideração possíveis campanhas promocionais que possam estar em vigor. Por vezes os bancos, ao abrigo destas campanhas, isentam ou devolvem aos clientes algumas comissões associadas ao crédito, ou atribuem determinado valor em cashback para que possa utilizá-lo na aquisição deprodutos ou serviços.
Chegados aqui, talvez não tivesse tido a resposta que gostaria. Na verdade, não existe apenas um banco que possamos identificar como sendo o melhor banco para contratar o seu crédito habitação.
Por não ser possível dar-lhe essa resposta, sem analisarmos o seu caso em particular, deixamos-lhe algumas linhas orientadoras para que possa iniciar a sua própria análise.
É importante que compreenda, que nenhum destes fatores, isoladamente, vão fazê-lo(a) chegar a uma conclusão. Mas, quando ponderados em conjunto, vão permitir-lhe concluir qual o melhor banco para si.
Outros Recursos: Como contratar um Crédito Habitação, Banco de Portugal