Investir no mundo financeiro pode parecer um bicho de sete cabeças para muitas pessoas, mas não precisa de ser assim. Existem formas simples e eficazes de começar a construir património, e uma delas é através dos ETFs (Exchange-Traded Funds).
Se está a dar os primeiros passos nos mercados financeiros e tem muitas dúvidas sobre este tema, está no sítio certo. Neste artigo, vamos responder a algumas das perguntas mais frequentes sobre este tema.
O que é um ETF?
Um ETF é um tipo de investimento que combina ações ( ou outros ativos) de várias empresas. Por isso, quando compramos um ETF, estamos na verdade a comprar pequenas ‘’porções’’ de várias empresas.
Por essa razão, os Exchange-Traded Funds são uma forma simples de diversificar um portfólio de ativos financeiros. Essa diversificação vai atenuar o risco do investimento, uma vez que não vai canalizar todo o seu capital para comprar ações em uma única empresa. Pelo contrário, vai distribuir o seu capital por várias empresas, sem a necessidade de comprar cada ação individualmente.
Assim, se alguma ou algumas das empresas apresentarem maus resultados, existe a probabilidade de as restantes empresas que compõe o ETF poderem apresentar resultados positivos, compensando assim possíveis perdas.
Mas, em contrapartida, se investir em ações em uma única empresa, comprando-as individualmente, e essa mesma empresa apresentar maus resultados, não terá outros ativos que possam compensar esses prejuízos. Por essa razão é que a diversificação de ativos nos mercados financeiros é tão importante.
Como funcionam os ETFs?
Este instrumento financeiro, negociado em bolsa, replica o desempenho de determinados índices bolsistas.
Mas o que são índices bolsistas? Basicamente, são indicadores de desempenho de um agregado de empresas listadas nas bolsas de valores.
Em Portugal, um exemplo de um índice bolsista é o PSI20, que representa o desempenho das (quase) 20 empresas cotadas na Bolsa de Valores de Lisboa- empresas como Jerónimo Martins, Galp Energia, Corticeira Amorim, entre outras.
O ETF tem como objetivo replicar esse índice o mais fielmente possível, por isso, reúne em si mesmo um conjunto de títulos, como ações, dessas mesmas empresas. Assim, quando investe num ETF que replica o PSI20, está a investir num fundo que detém ações das mesmas empresas que fazem parte desse índice.
Isso permite que os investidores obtenham exposição diversificada a um grupo de empresas sem a necessidade de comprar cada ação individualmente, como já referimos.
Quais são as vantagens dos ETFs?
Os ETFs têm algumas vantagens interessantes para os investidores:
- Diversificação Instantânea: Conforme já mencionamos, os ETFs oferecem diversificação desde o primeiro momento. Isso significa que o seu capital investido está dividido por várias empresas, reduzindo o risco de perder muito dinheiro se uma única empresa tiver um mau desempenho.
- Baixo Custo: Os ETFs geralmente estão associados à cobrança de comissões com valores atrativos, quando comparados com outros tipos de fundos. Os baixos custos devem-se ao facto da gestão do ETF ser passiva, limitando-se a replicar índices. Por isso, não exigem uma análise constante por parte de administradores e gestores profissionais. Ora: menos recurso humanos, menos encargos, menos comissões.
- São Negociados como Ações: os ETFs são negociados na bolsa de valores, tal como as ações individuais. Isso significa que pode comprar e vender ETFs durante o horário de funcionamento do mercado, tornando o processo de investimento muito flexível.
Quais são os riscos dos ETFs?
Como em qualquer investimento, existem riscos associados, e os ETFs não são exceção. Não existe total previsibilidade nos ganhos, nem nas perdas. Mas, uma coisa podemos adiantar-lhe: quanto menor for o seu nível de conhecimento sobre os mercados financeiros, maior será o risco que está a correr. Por isso, antes de investir em ações, ETFs ou qualquer outro ativo financeiro, o melhor mesmo é investir no seu conhecimento.
Poderíamos apontar vários riscos, mas de uma forma geral, estes instrumentos estão sujeitos ao chamado ‘’risco de mercado’’, o que significa que o seu valor pode variar com base no desempenho dos ativos que compõem o fundo. Se os ativos subjacentes se desvalorizarem, o valor do ETF também pode diminuir.
Por essa razão, é da máxima importância que os investidores compreendam os riscos associados e avaliem cuidadosamente se o ETF é adequado aos seus objetivos e à sua tolerância ao risco.
Como posso comprar ETFs?
O primeiro passo para começar a investir em ETFs é abrir uma conta numa corretora. Existem várias e muitas delas oferecem ferramentas simples e intuitivas para facilitar a transação de ETFs. Deve optar por aquela que lhe parecer mais confiável e mais adequada às suas necessidades e objetivos financeiros.
Depois de abrir a sua conta, é hora de decidir qual o ETF que deseja comprar. Considere a sua estratégia e os seus objetivos, a sua tolerância ao risco e o horizonte temporal desse investimento.
Depois de escolher o ETF em que quer investir terá de dar uma ordem de compra através da plataforma da corretora. E, depois de confirmada a ordem, a corretora vai processar a sua compra.
Depois de comprar os ETFs em que deseja investir, é importante que acompanhe o seu desempenho regularmente. Os preços dos ETFs variam ao longo do tempo de acordo com as variações do próprio mercado, por isso é importante monitorizar os seus investimentos e considerar reajustes em caso de necessidade.
Os ETFs pagam dividendos? O que são os dividendos?
Sim, alguns ETFs pagam dividendos, mas nem sempre é assim. Os dividendos consistem num valor recebido pelos acionistas das empresas, como forma de distribuição de parte dos seus lucros, sendo pagos com determinada periodicidade. Os dividendos são atraentes sobretudo para os investidores que procuram gerar uma renda regular a partir dos seus investimentos em ações.
Mas, nem todos os ETFs pagam dividendos. Muitas empresas em crescimento optam por reinvestir os seus lucros para expandir mais rapidamente os seus negócios em vez de distribuí-los pelos acionistas. E essa pode ser também uma opção válida para si, dependendo da sua estratégia de investimento.
Qual é o custo de investir em ETFs?
Apesar dos custos associados ao investimento em ETFs serem geralmente baixos, não deve deixar de os considerar. Esses custos vão depender da corretora que escolher. Por isso, antes de abrir conta em qualquer corretora, deve consultar em primeiro lugar quais os custos associados a cada operação e quais os pressupostos para a cobrança de determinadas comissões. No entanto, de uma forma geral, podemos adiantar-lhe o seguinte:
- O investidor paga uma comissão de negociação quando compra ou vende um ETF. Esta comissão pode representar um valor fixo ou uma percentagem aplicada ao valor negociado.
- Havendo distribuição de dividendos, a corretora, no momento do pagamento, cobra uma percentagem aplicada ao valor do dividendo.
- Considere ainda que a sociedade gestora do ETF, vai cobrar-lhe uma comissão de gestão do fundo. Esta comissão, quando comparada com os fundos tradicionais, é bastante mais baixa, uma vez que os ETFs oferecem uma gestão passiva, conforme já referimos acima.
Em resumo, os ETFs são uma forma simples e eficaz de começar a investir no mercado de capitais. Estes instrumentos oferecem diversificação, baixos custos e são facilmente transacionáveis. Claro que, como qualquer investimento, têm riscos associados e é importante que esteja consciente deles.
Por essa razão, não deve deixar de investir na sua educação financeira. Investir no seu conhecimento, deve ser sempre o primeiro passo nesta jornada.